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Eu tinha dez anos, e no início de 2001 fui internado no hospital com pneumonia dupla.
Minha mamãe atual trabalhava à noite numa clínica de idosos após a separação, e minha nova irmã saia muito para festas com o namorado e, como ela cuidava de mim à noite, me levava junto. Eu acabei tendo febre muito alta, dores nas costas e pensávamos que eu estava com amigdalite ou dificuldade de ir ao banheiro, coisas que me deixavam com febre.
Minha mãe e irmã tiraram um dia de folga e me levaram ao hospital, após alguns exames foi diagnosticado pneumonia, e fui internado às pressas. Passei um dia na emergência e depois me subiram para o quarto.
Foram mais ou menos duas ou três semanas… eu achei que sairia de lá morto. Fiz amizade com os enfermeiros e com a coleguinha de quarto que tinha fibrose cística. Também brincava muito na salinha de jogos, nos video-games.
Porém foram dias cruéis, me foram testados vários antibióticos e nenhum fazia efeito, eu passava mal, vomitava muito com o cheiro da urina, foi um verdadeiro pesadelo, achei que morreria lá… e realmente morri.
Uma noite minha mãe foi tomar banho, e naquele dia seu ex marido foi me visitar, e ela pediu que ele ficasse comigo um instante. Eu nunca dormia sem ter a certeza que ela voltaria e ficaria comigo, eu tinha muito medo de ficar lá sozinho. Bem, eu dormi… e quando ela saiu eu já estava frio e arroxado, e pensavam que eu havia dormido mas, na verdade, eu estava morrendo. Ela correu e chamou a enfermagem, e eles me colocaram diretamente no oxigênio. Quando acordei estava com aquilo no meu rosto me dando muita agonia, mas com aquilo fiquei até o fim. Após o susto me levaram para fazer mais raio-x.
A morte é um anjo para você? É um ser macabro que vem de preto te levar? Mas meu amigo, eu te digo, a morte é exatamente o que está escrito na Bíblia: “Isto dizia e depois lhes acrescentou: Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo.” João 11:11
Quando adormeci eu não senti nada, apenas sentia uma leve falta de ar antes de adormecer, e quando acordei também não. Naquele dia o Senhor podia ter me levado, e poupado anos de evolução desta doença, mas Ele tem propósitos para todos, e não me deixou descansar. Foi o Deus da vida que me trouxe de volta, e esta experiência jamais esquecerei.*
Após aquele período de internação eu sai e fui para casa. Eu e minha mãe nos sentimos muito sozinhos e até choramos, pois lá tínhamos muita companhia apesar de tudo. Eu lembro que minha irmã me levou ao hospital depois para rever a coleguinha de quarto, mas ela já tinha ido embora… não soube mais dela, talvez tenha morrido já, talvez não.
Não somos nada, a morte é um sono que pode vir sem sentirmos, por isso somos advertidos a estar salvos a cada dia. Obrigado Deus por esta salvação.
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* “É esse mesmo poder de ressuscitar que dá vida à alma morta.” Ellen G. White
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